
O Centro Cultural permite-nos que olhemos o futuro ainda com mais esperança e determinação, pelo que representa em todas as suas valências culturais, artísticas, educativas e pedagógicas, nomeadamente, na prossecução de um programa de formação de novos públicos.
Ao encontro dos propósitos já enunciados, o Centro Cultural tem sido um projecto aberto ao que de mais inovador e qualificado se faz no domínio da criação e da divulgação artística. É, por isso, que verifico, com agrado, que é um projecto assente numa parceria sólida e estável entre a autarquia, o associativismo local, o universo educativo, os movimentos culturais contemporâneos e toda a nossa comunidade.
3. A qualificação dos espaços urbanos, particularmente os centros urbanos, é uma temática emergente das novas políticas de desenvolvimento local. A transformação dos centros das cidades interroga, com pertinência, o papel que esses lugares de memória colectiva podem ocupar face a fenómenos como a inovação urbana, a revalorização dos novos espaços, a competição com as novas centralidades, a multiculturidade crescente dos cidadãos, a transformação dos modos de vida e a transformação arquitectónica, cultural e política da cidade moderna.
Ora, é assim que as abordagens mais qualitativas da cultura na cidade, associadas à temática da qualidade de vida, reemergem com vigor, centradas para os espaços e, essencialmente, para as pessoas. É assim que devemos olhar para o Centro Cultural: como um ponto de partida para a modernidade assente nos valores humanistas.
Parece-me importante que o extraordinário edifício idealizado pelo génio criador dos arquitectos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay seja olhado como um símbolo deste projecto: arrojado e plural. É, aliás, fundamental que este novo enriquecimento arquitectónico da cidade do Cartaxo seja entendido e valorizado como tal, enquanto elemento que norteie a capacidade de renovação do património edificado do nosso concelho. A este propósito saliento duas referências extraordinárias ao Centro Cultural: a primeira tem a ver com o facto de a Ordem dos Arquitectos Portugueses ter escolhido este edifício para capa do seu Anuário e de dedicar várias páginas ao seu projecto; a segunda é referente ao facto da conceituada revista holandesa A10 New European Architecture, na edição n.º 8, ter atribuído a capa e as páginas centrais ao Centro Cultural Município do Cartaxo, destacando-o, por essa via, como uma das obras de referência da nova arquitectura europeia. A tudo isto, que por si são suficientes para reforçar a amplitude da imagem que este equipamento confere ao nosso concelho, acresce o facto de ser inédito, nesta revista, uma obra portuguesa fazer a sua capa.
4. Penso que é altura de olhar para a frente, sabendo recuperar e reforçar o dinamismo e a ambição. É o momento de dizer que, daqui para diante, não há outra maneira de olhar para o Centro Cultural a não ser aquela que espera que o seu prestígio não pare de se consolidar e que a sua acção não cesse de se distinguir pela qualidade.
Consolidar um projecto aberto ao concelho que contribua para que o concelho esteja aberto a todos, e que seja uma referência nacional de prestigio e qualidade cultural. Façamos todos do Centro Cultural um grande lugar de vida, de educação, de cultura e de universalidade.