sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Noite de Poesia na Biblioteca Municipal

Este Sábado, pelas 21h30m, aceite o nosso convite para mais uma noite de poesia na Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita.
O poeta homenageado será Rómulo de Carvalho/António Gedeão.
Afirmando-se como um dos mais brilhantes e talentosos criadores lusófonos do século XX, Rómulo de Carvalho/António Gedeão, respectivamente, o professor, pedagogo e historiador da ciência, e o seu alter-ego literário, atravessou todas as convulsões e acontecimentos marcantes do nosso século, que se reflectiram no formar-se de um espírito extremamente marcado pelo cepticismo e pela ironia, sempre presentes nos seus poemas.
Licenciado em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto em 1931, traduziu como ninguém, a ciência para os leigos, desvendando segredos científicos com a mesma simplicidade com que os exemplificava.
Lisboeta toda uma vida, uniu de forma exemplar, através da sua obra, a ciência e a poesia, a vida e o sonho. Apesar de só aos 50 anos ter decidido publicar o seu primeiro livro de poesia, inaugurando assim uma carreira que se afirmou por si própria na cultura portuguesa, tornou-se uma figura de referência incontornável no imaginário colectivo do povo português, principalmente para toda a geração da "Pedra Filosofal".
Poucos meses após ter celebrado o seu 90º aniversário, assinalado pela homenagem que lhe foi prestada pelo Ministério de Ciência e de Tecnologia, a sua morte em 19 de Fevereiro 1997, deixa-nos um legado para o futuro, numa sociedade cada vez mais global, onde a união entre Ciências e Humanidades se torna cada vez mais uma necessidade premente.
Assim, neste Sábado, traga um poema seu ou de outro autor e junte-se a nós. O café, o chá e as broas de natal ficam por nossa conta.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Um Orçamento de rigor e modernidade

O Orçamento de Estado (OE) para 2007 vai cumprir, tal como o Governo prometeu ao país, o objectivo de reduzir o défice das contas públicas, sem contudo tirar os olhos do crescimento económico e da modernização da economia portuguesa. O primeiro-ministro, José Sócrates, é peremptório ao afirmar que não tem dúvidas que o OE de 2007 configura um novo paradigma, “totalmente inédito em Portugal”, na forma de encarar e trabalhar as contas públicas. “Conseguimos, pela primeira vez, e pelo segundo ano consecutivo, o que nunca foi antes alcançado, fazer baixar o défice da Administração Pública para os 4,6 por cento do PIB, a que se seguirá, em 2007, um novo abaixamento que situará nos 3,7 por cento”. A despesa pública, afirmou o primeiro-ministro, vai diminuir em termos reais no próximo ano, o que acontece pela primeira vez em três décadas. Quanto à despesa pública nominal, refere José Sócrates, “irá subir menos do que a inflação prevista”, o que constituirá, como defende, “um factor de confiança e de credibilidade para os agentes económicos”. Mas a preocupação do Governo não se ficou pela tarefa urgente e absolutamente inegociável do combate ao défice das contas públicas. Paralelamente, o Executivo desenvolveu uma estratégia de modernização e de crescimento económico, cujos resultados positivos são hoje evidentes e indesmentíveis. Com efeito, o país cresceu este ano 1,4 por cento “muito acima das previsões mais optimistas que apontavam para os 1,1 por cento de crescimento da nossa riqueza”, devendo em 2007 voltar a crescer para um patamar que deverá situar-se nos 1,8 por cento. Na opinião do primeiro-ministro, este Orçamento de 2007 terá que ser medido, sem dúvida, pelo rigor, mas também sem esquecer o necessário e indispensável crescimento económico do país. De facto, se o OE aponta como objectivo prioritário reduzir o défice orçamental, por outro lado, não esquece a perspectiva de uma orientação de crescimento da economia, apostando áreas tão importantes para o nosso futuro e bem-estar colectivo como a ciência, tecnologia e inovação, mas também na qualificação dos portugueses, no combate à pobreza e na manutenção das políticas voltadas para os idosos. A fórmula para se poder alcançar estes objectivos, está devidamente sustentada no OE, que aponta para a repartição do esforço entre a consolidação na redução da despesa e, simultaneamente, no crescimento da receita. De facto, a redução do défice orçamental de 2007 irá ser conseguida através de uma significativa redução da despesa pública, e, em contrapartida, beneficiará de um aumento das receitas que deverá rondar os 40 por cento. No corrente ano, recorde-se, o défice orçamental do subsector Estado registou até Setembro um abaixamento de 25 por cento, face ao mesmo período do ano passado, que em números se traduziu numa poupança de seis milhões de euros. Contudo, outros aspectos serão igualmente contemplados, tendo em vista fazer baixar o défice das contas públicas. É o caso, por exemplo, da moderação na actualização das tabelas salariais, conjugadas com a não contagem do tempo de serviço para efeito de progressão nas carreiras na Função Pública, nos novos mecanismos de mobilidade dos funcionários e agentes e na desburocratização e simplificação (Simplex), medidas que nas contas do Executivo representarão no próximo ano os principais factores para que a despesa pública possa baixar e assim justificar a componente pretendida de maior redução do consumo público. Outro dos aspectos que se afiguram determinantes para que o défice público possa baixar, respeita à reforma da Segurança Social e ao reforço da sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde. Mas também a redução das despesas de funcionamento dos ministérios, através nomeadamente da racionalização dos efectivos, reordenamento dos serviços e outras medidas sectoriais, como seja o caso da moderação salarial, redução de subsídios e um efectivo e real acompanhamento e controlo da execução orçamental, se apresentam como medidas fundamentais para um verdadeiro abaixamento da despesa pública. Toda a instabilidade agora sentida, fruto das reformas e alterações que o Governo está a introduzir com o objectivo de sanear as contas públicas, e que está a acarretar importantes esforços por parte da população e dos trabalhadores da Administração Pública, refere o ministro Teixeira dos Santos, começará a sofrer uma inversão positiva quando o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) tiver início e entrar em velocidade de cruzeiro. Investimento público mantém-se elevado Ao invés do que a oposição, sobretudo à esquerda do Governo, tem vindo a fazer circular, segundo a qual o investimento público em 2007 irá cair para níveis nunca antes vistos, tal não se confirma, pelo menos se levarmos em linha de conta os quadros publicados no OE, onde tal cenário nem de perto se comprova, prefigurando-se apenas uma quebra do investimento público, em relação a 2006, de 0,5 por cento ou seja, 9,4 milhões de euros. No âmbito do PIDDAC (Plano de Investimentos e Despesas da Administração Central) as prioridades em 2007 vão para a Ciência e Tecnologia, áreas onde estão previstos aumentos no investimento em cerca de 42 por cento, e para as obras públicas, como é o caso, por exemplo, das redes transeuropeias de transportes, sobretudo com um enfoque especial no TGV. O sector dos transportes será aliás aquele que mais investimento receberá por parte do PIDDAC, para onde será destinado 50 por cento do total do investimento público, cerca de 2515 milhões de euros, verba que será destinada, não só para o futuro comboio de alta velocidade, mas também para projectos que o OE denomina como corredores estruturantes do território. Serão ainda investidas significativas verbas pública na área da agricultura e desenvolvimento rural, subsector que terá um equivalente a 9 por cento do total do PIDDAC, ou seja, 447,3 milhões de euros, montante que se destina sobretudo ao apoio a projectos de desenvolvimento agrícola, rural e ambiental e a projectos de desenvolvimento sustentável da floresta. Consumo privado vai subir As contas apresentadas no OE apontam para uma ligeira subida do consumo privado na ordem dos 1,3 por cento em 2007, em relação ao ano corrente, devendo-se, simultaneamente, registar uma diminuição do consumo público, igualmente na casa dos 1,3 por cento em relação a 2006. As exportações, pelo seu lado, deverão aumentar entre os 7 e os 7,5 por cento, enquanto as importações deverão sofrer uma subida de apenas 1,8 por cento em relação ao ano corrente. Tudo isto com uma taxa de inflação que deverá situar-se nos 2,1 por cento. Quanto ao emprego, e segundo o ministro das Finanças, deverá ter uma variação de 1 por cento, enquanto a taxa de desemprego deverá cair 0,1 por cento, para 7,5 pontos percentuais. Regiões e autarquias vão receber mais Apesar da polémica instalada entre o Governo e a Região Autónoma da Madeira e algumas autarquias do Continente, os números do OE para 2007 não enganam. Entre o deve e haver, as estruturais regionais e locais se, por um lado, de acordo com as novas regras que estão já em aprovação no Parlamento, vão no próximo ano ver cair as suas receitas correntes em cerca de 4,7 por cento, verificarão, em simultâneo, que as suas receitas de capital sofrerão um aumento de cerca de 21 por cento. Ou seja, de forma global, as receitas crescerão 1,9 por cento. Por outro lado, as transferências do Orçamento de Estado para as autarquias, no âmbito da lei das finanças locais, e segundo o próprio ministro das Finanças já garantiu, vão manter-se exactamente na mesma como em 2006, ou seja, serão transferidos neste âmbito para o poder local, 2492,3 milhões de euros. A esta verba, prevê-se que os municípios aumentem em 13 por cento a receita de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que, como se sabe, constitui uma receita municipal. Quanto às regiões está ainda previsto um aumento das verbas a descentralizar na ordem 548,8 milhões de euros, sendo que em 2006 esse valor se ficou nos 415 milhões de euros. Texto de Rui Solano de Almeida Fonte: Jornal Acção Socialista

Idália Moniz apresenta projecto DOM - ACOLHIMENTO DE MENORES EM RISCO

Dotar as instituições de acolhimento de menores em risco com mais técnicos é o objectivo central do projecto DOM – Desafio Oportunidade e Mudança, cuja fase experimental arrancará, com dez centros, até final deste ano, segundo anunciou, no Porto, a secretária de Estado adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz. O DOM, que prevê a elaboração de um projecto individual de vida para cada criança, será alargado a mais instituições uma vez concluída a avaliação das dez experiências-piloto e se os resultados destas forem positivos. Segundo Idália Moniz, que falava na sessão de abertura do seminário “A função das instituições de acolhimento na sociedade actual”, o projecto que será liderado pelo Instituto de Segurança Social vai “fortalecer tecnicamente as instituições envolvidas e apoiá-las na sua organização e funcionamento”. A secretária de Estado adiantou que, em Novembro, haverá uma fase de diagnóstico das necessidades de cada entidade e só depois serão propostas as equipas multidisciplinares. Insistindo na ideia de que estes centros de acolhimento não podem funcionar numa lógica de grupo, a governante frisou que “cada criança tem que ser encarada com o seu percurso individual, que tem que ser tratado”. Idália Moniz lembrou que, no final de 2005, apenas 45 por cento do total de crianças institucionalizadas tinham planos de intervenção imediata. Actualmente, garantiu, este número subiu significativamente, atingindo os 89 por cento. Fonte: Jornal Acção Socialista

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Centro Cultural Município do Cartaxo - “Paintings”

“Paintings” é o título da primeira exposição de um artista não português no Centro Cultural, mais uma vez em parceria com a Galeria Salgadeiras de Lisboa. “Paintings” da autoria da alemã Friederike Just consiste numa mostra dos trabalhos mais representativos desta autora, desenvolvidos nos últimos 5 anos. O conjunto de telas a óleo, apresentados nesta exposição, permitem-nos descobrir algum do universo plástico desta pintora. Um universo onde a figura humana constitui o tema central, seja em episódios do quotidiano, seja em referências históricas e culturais. Um universo representado com uma componente expressionista contemporânea e crítica, recorrendo a um gesto intenso e de enorme vitalidade.
A exposição será inaugurada no próximo sábado, dia 11 de Novembro, às 18 horas, com a presença da pintora alemã Friederike Just.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Miguel faz de mim o "Tio Pedro"

Já chegou o primeiro sobrinho. Nasceu às 15h20m, chama-se Miguel e pesa 3,930 Kg...coitadinha da minha irmã!
Como podem ver pela foto é um bébé lindo. Foi esta a forma original que a família encontrou para se associar às Comemorações dos 150 anos de Marcelino Mesquita: fazer de mim um "Tio Pedro"....
Nota: "O Tio Pedro" é uma peça de teatro de Marcelino Mesquita datada de 1902.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

É urgente a criação de "pólos de competitividade" no Vale do Tejo

Não chega, hoje, fazer bem o que tradicionalmente já fazíamos. No actual contexto de um mercado global e potencialmente competitivo, importa, antes na escolha das estratégias de desenvolvimento empresarial, privilegiar os processos produtivos baseados na inovação tecnológica de base científica. Daí que, cada vez mais as regiões, face aos novos desafios da mobilidade e da competitividade inter-regional, procurem nos seus territórios identificar e consolidar novas vantagens relativas que lhes garantam acrescidas competitividades, atraiam e potenciem novos investimentos e que, por sua vez, cativem actividades de maior valor acrescentado. É assim que, em certa medida, no seguimento dos conhecidos Pólos de Crescimento de F. Perroux, têm ultimamente surgido, particularmente em França, os apelidados “Pólos de Competitividade”, com a dupla finalidade de promover uma nova dinâmica industrial alicerçada num desenvolvimento regional competitivo, e simultaneamente introduzir uma dinâmica de desconcentração territorial das actividades produtivas com maior especialização. Programaticamente, um Pólo de Competitividade pode ser considerado como a articulação num território, de empresas, centros de formação e unidades de investigação empenhadas na dinamização de uma parceria capaz de potenciar sinergias em redor de projectos comuns com carácter inovador e dispondo de massa crítica necessária à obtenção de visibilidade internacional. Ou seja, uma das bases essenciais destes Pólos, assenta nas sinergias a desenvolver entre os diversos agentes de desenvolvimento locais, especialmente nas parcerias público/privadas que lhes estão subjacentes, nomeadamente entre o Estado, Municípios, Associações Empresariais, Universidades e Centros de Investigação. O Vale do Tejo, constitui uma das regiões portuguesas onde se têm verificado algumas experiências bem sucedidas de parcerias deste tipo, se bem que, por vezes, sem a profundidade e continuidade necessárias. Por essa razão, reconhecendo-se a inegável apetência organizacional da região, valerá a pena encetar novas experiências de parcerias, não tanto já na concretização de projectos pontuais, mas sim em investimentos tecnológicos de perfil mais ambicioso e com forte incidência regional. Dentro desta estratégia, e tomando sobretudo como exemplo o caso francês, julgamos que a criação de pólos territoriais de competitividade, de carácter tecnológico ou industrial, tendo em conta as vocações, as vantagens relativas do Vale do Tejo, e fundamentalmente, explorando os seus clusters de maior valor acrescentado e de acrescidas competitividades, deve constituir uma nova e estimulante ambição para os agentes de desenvolvimento da região. Importa não perder de vista, que no novo contexto do mercado global, as potencialidades de uma região ganham uma dimensão acrescida, quando se equacionam questões como a competitividade e o emprego. Daí, ser cada vez mais necessário a especialização de um território em torno de determinadas actividades de acordo com as suas características próprias. No caso do Vale do Tejo é sobejamente conhecido que esta região dispõe de invejáveis recursos hídricos, de solos de elevada qualidade, de uma densa mancha florestal, apresentando para lá de um elevado potencial agrícola, condições muito favoráveis ao desenvolvimento de um competitivo sector agro-industrial. Perante este conjunto de vocações, recursos endógenos e vantagens locativas, poder-se-á facilmente prospectivar para o território do Vale do Tejo alguns pólos de competitividade baseados, particularmente, nas seguintes “âncoras de desenvolvimento”: · Criação de um Eixo Industrial que ligue os concelhos de Abrantes no Médio Tejo e Ponte de Sor no Alentejo, por forma a dar origem a um importante pólo industrial no centro do País, com base nas indústrias de fundição, do automóvel e da aeronáutica. A recente criação do Tagusvalley em Abrantes poderá constituir um importante equipamento para a consolidação deste pólo de competitividade. · Desenvolvimento de um importante pólo empresarial e de conhecimento, em torna da Enologia e das indústrias do vinho, num eixo agrícola “de excelência” formado pelos territórios dos municípios de Cartaxo, Santarém, Almeirim e Alpiarça. · Aposta no potencial turístico, alargando-o para além do turismo religioso, para novos segmentos, como o histórico-cultural centrado em Tomar e nos Templários, para o aproveitamento de Rotas temáticas (Vinho, Castelos, Cavalo, etc.), e para as novas formas de turismo em espaço rural. · Criação de um pólo de competitividade, agrupando agro industriais, Escola Superior Agrária, Escolas de Gestão, Centros Profissionais, Centro de Investigação Animal, Estação Zootécnica Nacional e outras entidades ligadas à actividade alimentar, numa mancha territorial englobando os concelhos de Rio Maior, Cartaxo, Santarém. Alpiarça e Almeirim. · Criação de um pólo de desenvolvimento agrícola no Vale do Sorraia, potenciando a vertente industrial, com base nas potencialidades de culturas de regadio, com especial destaque para o arroz, e para a requalificação e valorização da cortiça. Ou seja, e em síntese, se ambicionamos o Vale do Tejo como um território competitivo, mais qualificado, como uma “região de “excelência”, não se poderá mais ignorar que o aproveitamento dos seus “Clusters” interligados em Pólos de Competitividade, ocupa hoje um lugar preponderante e insubstituível, na interacção entre a política industrial, o nível de inovação tecnológica e uma política de desenvolvimento regional sustentável e integrado. Texto de Renato Vieira Campos