quinta-feira, 20 de abril de 2006

Quebrámos os dois...

Era eu a convencer-te que gostas de mim e tu a convenceres-te que não é bem assim... Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro e tu a argumentares os teus inevitáveis Eras tu a dançares em pleno dia e eu encostado como quem não vê Eras tu a falar para esconder a saudade e eu a esconder-me do que não se dizia ...afinal quebrámos os dois... Desviando os olhos por sentir a verdade juravas a certeza da mentira mas sem queimar demais sem querer extinguir o que já se sabia Eu fugia do toque como do cheiro por saber que era o fim da roupa vestida que inventava no meio do escuro onde estava por ver o desespero na cor que trazias... ...afinal quebrámos os dois... Era eu a despir-te do que era pequeno e tu a puxares-me para um lado mais perto onde contamos histórias que nos atam ao silêncio dos lábios que nos mata...! Eras tu a ficar por não saberes partir... e eu a rezar para que desaparecesses... Era eu a rezar para que ficasses.. e tu a ficares enquanto saías. ... não nos tocamos enquanto saías. não nos tocamos enquanto saímos. não nos tocamos e vamos fugindo porque quebrámos como crianças ...afinal quebrámos os dois... ...e é quase pecado o que se deixa... ...quase pecado o que se ignora... Letra de “Quebrámos os dois” de Toranja